quinta-feira, 15 de março de 2012

Acabei se sair do estágio e pela segunda vez esta semana sou uma princesa. Ou uma fada madrinha, para conceder desejos e encher a caderneta dos Incríveis de cromos...
É isto que me motiva todos os dias quando vou para a escola primária, é o facto de me encontrarem na rua, gritarem o meu nome e correrem para mim enchendo-me de miminhos e sorrisos; é entrar numa sala e conseguir acabar com os amuos, motivando-os a trabalhar em grupo ou em concluir a actividade; é conseguir -los a pensar no que dizem ou como dizem; é dar-lhes a entender que não há problema nenhum em ser como são porque toda a gente é diferente. Como diz a minha professora de Psicopedagogia das Aprendizagens Escolares "todos têm direito a ser Principezinhos", e muitas vezes o estereótipo fala mais alto, não os deixando voar de planeta em planeta, enfiando-lhe ideias erradas na cabeça, os temíveis rótulos que os vão perseguir para todo o sempre. Ontem "aprendemos" que os bons terapeutas trabalham com o coração, e é verdade; porque quando o deixarmos de fazer vamos deixar de saber quais são os nossos objectivos reais, vamos deixar de saber porque é que estamos ali a investir o nosso tempo, porque aquela criança é assim ou assado.
A nossa função é mudar mentalidades, dos mais novos aos mais crescidos, é fazer ver que as crianças são só crianças e que muitas vezes a culpa de certas atitudes é mesmo nossa, que inconscientemente dizemos ou fazemos qualquer coisa e eles automaticamente “gravam” tudo, por vezes de forma assustadora diga-se.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A melhor época depois do Natal...

... não é o ano novo. São mesmo os Saldos.
Não comprem tudo, deixem um bocadinho da Sephora para eu me desgraçar, sff ^

domingo, 25 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

2 meses depois...

  • estou mais velha
  • arranjei estágio
  • esperei por estágio
  • o director da clinica embrulhou o processo
  • voltei a arranjar estágio
  • começei a estagiar
  • percebi que neste país realmente as pessoas só olham para o seu umbiguito
  • os profissionais deste país dexam-me mal disposta
Pois bem, vou explicar este ultimo item.
Há quase um mês que estou a fazer o meu estágio curricular na básica da "minha" freguesia. Estou integrada num projecto em que sou orientada pela psicóloga responsável pelo mesmo. Até aqui tudo bem.
O meu bastante precoce olho clínico, com estou a fazer observação, começou-me a dar indícios de que uma das crianças da turma era excluída pelos colegas, falemos aqui em discriminação portanto. Sempre me ensinaram em tratar as coisas pelos nomes. A pobre coitada mal pode abrir a boca, ou caso contrario, os colegas começam a manda-la calar, sendo que esta é a única a quem muito poucos emprestam qualquer tipo de material escolar. O que como é óbvio todos estes factores têm forte influencia na extrema introversão desta criança e consequentemente vão-lhe provocando défices de aprendizagem.
Ontem assisti, ao que a meu ver, foi uma das cenas mais deprimentes em contexto sala de aula. Depois de fazerem uma pequena actividade, integrada nesse tal projecto, os miúdos tinham que fazer uma avaliação das aulas. Resolvi de livre e expontânea vontade ir ajuda-la a fazer a actividade e depois pedi um questionário para ela fazer, a resposta que tenho é "ah, não vale a pena, ela não sabe fazer isso", ao que eu respondi "não faz mal que eu ajudo-a, tenho que começar a praticar mesmo". Nisto tocou para ir almoçar e praticamente só já estávamos nós na sala. Estava eu debruçada na mesa quando próprio professor se vira para mim e diz "deixa estar isso, não vale a pena estares aqui, eu logo a ajudo a fazer isso" e pronto, lá fomos embora.

Sinceramente saí de lá a perguntar-me se ele realmente, depois do que ele me disse, se a ia mesmo ajudar ou não... Eu cá tenho as minhas duvidas. É estas coisas que me deixam chateada. Como é que há pessoas que conseguem ficar indiferentes a isto. Se eu não fosse lá ela não fazia o raio da ficha. Já para não falar da chinoquita que "não percebia o que era para fazer" e que acabou primeiro que os outros todos. Num ano e meio de curso sempre me ensinaram a não desistir e que a persistência é a chave do sucesso, especialemente quando somos qualificados para trabalhar com crianças ditas especiais, ou até mesmo normativas mas que apresentam pequenos índices de dificuldade. No meio disto tudo pergunto-me qual é o papel da psicologa perante este tipo de situações... ela que deveria ser a primeira a identificar e encaminhar... ao fim de contas fazer o que realmente lhe compete. Não acredito que ela não tenha reparado, é impossível não reparar, até eu que sou uma meia leca no meio daquela gente reparo!!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Há 3 horas que sou uma Adolescente Perturbada.

Afinal o Teorema de Pitágoras não se chama Teorema de Pitágoras. É Teorema de Descartes.



Foi o professor que disse. Ele deve saber qualquer coisa. Apesar de eu não acreditar.

sábado, 15 de outubro de 2011

# 8

Aprendi que a vida tem tanto de amarga como de injusta, e que quando menos esperamos nos prega valentes dissabores. Ontem uma rapariga da minha cidade teve um acidente de carro com o namorado. Lembro-me perfeitamente dela quando fui para o liceu, no meu 7ºano. Era a típica rapariga popular, no entanto, não demonstrava grandes extravagâncias. Toda a gente a conhecia, ou pelos menos se ouvisse falar dela sabia quem é. Infelizmente ela e o namorado não sobreviveram.
Para muitos é mais um número para a estatística; porém para quem vive numa cidade relativamente pequena, onde toda a gente se conhece praticamente, é muito mais que isso. É ter que encarar os pais, os amigos e toda a gente que mal ou bem a conhecia. É lamentar porque alguém que nós ao longe vimos crescer partiu. Sim eu faço parte desse número de pessoas que apenas a conhecia, no entanto não deixo de lamentar a dor dos pais e restantes familiares só porque “não é comigo”. Pois que se enganam. Eu não directamente, sei o que é perder alguém num acidente de carro, sei a dor que isso provoca, sei o tempo que isso leva a atenuar, e para uma mãe ou um pai, que do nada se vê sem a sua princesa ou príncipe essa dor vai tar lá sempre com eles, como se fosse uma espada cravada no coração por saberem que naquele dia já não vão ter que chamar mil e uma vezes alguém para acordar, já não lhe vão dar um beijinho de boas noites, já não vão ter netos… Não nada.

Os acidentes de carro, em particular, sempre me atormentaram. Por estas e por outras é que eu acho que anda não pensei bem em tirar a carta. Sei obviamente que esse dia irá chegar mais cedo ou mais tarde, é inevitável, mas não se se vou ter mais medo de mim própria, medo de errar, ou se dos outros, que os outros errem. É nestes casos penso que errar não é de todo Humano, é tomar decisões totalmente inconscientes sem pensar nas consequências. Já que estamos numa de provérbios, muita gente devia reter este: devagar se vai ao longe.