segunda-feira, 27 de junho de 2011

#2

Hoje era dia de fazer os comentários do fim-de-semana. Era dia de falarmos de coisas que tínhamos visto na televisão, que tínhamos lido aqui ou ali, ou simples fofocas que não nos serviam de nada, mas que nós adorávamos meter o nariz.
Há tempos, num teste de português, a composição de desenvolvimento era para falarmos sobre a saudade. Na altura eu não sabia muito bem sobre o que falar acho que não sabia muito bem o que era ter saudades de alguma coisa, até porque nunca tive muitas abébias para isso. Eu sabia o que era ter saudades, e estas sempre hei de ter, são as saudades das quais eu tenho que aprender a viver, para todo o sempre.
Hoje sinto umas saudades diferentes. Sinto saudades dos de sempre. É complicado vermos as nossas vidas completamente mudadas de um dia para o outro, vermo-nos em situações totalmente novas, rodeados de imensa gente e mesmo assim sentindo um vazio dentro de nós. Tenho saudades das risadas, dos passeios, das conversas, dos momentos. Saudades dos que tinham uma paixão em comum e que durante vários anos foram uma família, contra tudo e contra todos. Que se apoiavam mutuamente, que choravam em conjunto se fosse preciso.
Tenho muitas saudades desses tempos. Saudades de me sentir ligada a alguém, de saber que tinha sempre um porto de abrigo ali bem ao meu lado, com que podia partilhar a minha vida sem me preocupar com julgamentos, certa ou errada, sabia que do outro lado havia sempre um ombro para me amparar.
Este último ano deu para sentir muitas saudades. Nunca gostei de grandes mudanças rotineiras, e o facto de entrar para a Lusófona, abalou bastante o meu self.
De repente os de sempre já não estavam lá. Já não havia mais aquela ligação. Agora somos todos, ou quase todos, universitários ocupadíssimos, atulhados de papelada e sem muito tempo para respirar. Já não há conversas diárias sobre qualquer coisa pouco interessante mas que nos dava pano para mangas, já não há tempo para estarmos todos juntos e desfrutar dos nossos belos momentos, já não há um elo de ligação continuo mas sim de vários momentos soltos do passado.
Se sentir saudades é passar por tudo isto, preferia ficar com as minhas “outras” saudades, porque essas eu sei que as tenho que ter, mas no entanto também sei que as tenho para me fazerem mover montanhas.

terça-feira, 21 de junho de 2011

#1

Sempre abonimei aquelas pessoas que vivem a vida a fazer mil e um blogs, ou qualquer outro tipo de páginas na internet, achava desnecessário, absolutamente inútil. Iam lá uma vez ou duas e depois o abandonavam. Mas a verdade é que eu faço quase o mesmo.
Tenho outro blog. Um blog que já não me enche as medidas, que simplesmente existe porque há toda uma historia que surge dele. Há tempos postei que "tinha saudades do tempo em que os blogs ainda eram uma coisa divertida". E é verdade. Quando criei o meu outro blog, fui conhecendo outras pessoas que me marcaram bastante, até que por uma razão ou outra, simplesmente tudo acaba. As pessoas com quem falávamos deixaram de nos transmitir alguma coisa, surgiram barreiras, conflitos; e toda uma panóplia de post's provocativos em formato ping-pong.
O tempo para escrever era algum. A vontade de lá ir era nula. Ainda sinto um nó no estômago cada vez que lá entro, como se todas as memorias voltassem ao cimo e me afectassem psicologicamente da mesma maneira no momento em que foram lidas. Sim, as palavras não podem amar, mas podem magoar muito.



Bem-vindos ao meu novo blog.